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SENTADOS
num banco da Praça da Liberdade, Karina olha com mais intimidade para o rapaz
que conheceu horas antes:
- Pelo jeito é um frequentador assíduo dessa praça?
- Sempre que posso depois do expediente. Trabalho aqui perto.
- Muito bonita.
- E
você?
- A
segunda vez. Verde bem cuidado me atrai.
Luis
Antônio sorri.
-
Como disse, venho amiúde. Gosto de um banco sombreado, onde pratico meu SPA
mental. Nele a gente pode sentar, apreciar a natureza e as pessoas passeando,
não é mesmo?
- Sempre de terno e gravata?
- De segunda à sexta-feira. Fins de
semana, eu troco o terno por calças jeans
e camisa polo – revela o rapaz, com um risinho satisfeito nas faces.
- Também adoro jeans.
-
Mais um acerto do Tio San no guarda-roupa da juventude, não é mesmo? Liberdade,
principalmente, para arrumar uma namorada.
- Acha?
O rapaz, depois de um suspiro demorado:
- Deve ficar uma gata de calças jeans,
camiseta branca e rabo-de-cavalo..., acentua o encanto de sua feminilidade.
Risos. Karina olhando nos olhos do
rapaz:
- Uai, tem aí uma bola de cristal?
-
Duas. E uma lanterna mágica.
-
Olha, só!...
Luiz toma uma de suas mãos a acaricia. Ela fecha os olhos e sonha notava-se grande animação em seu rosto. O moço abre mais o sorriso e fica de pé, inclina-se para a frente. A moça, de súbito, salta-lhe sobre as costas. O rapaz levanta os dois braços e sai a galope pela praça. Em voz alta declamava o poema Adalgisa, de Drummond, que aprendera com a mãe ainda garoto.
A
moça ri às gargalhadas. Aperta o peito de Antônio e admira as suas pernas na
tensão máxima de todas as suas forças. Fecha novamente os olhos e, devota,
retoma o sonho de liberdade que a jovialidade oferecia.
* FBN© - 2012 – O Azul no Azul do Jeans - Categoria:
Conto/Realismo Mágico. Autor: Welington Almeida Pinto. Iustr.: Cavalo Humano –
www.fantasticorealismo.blogspot.com Link: http://fantasticorealismo.blogspot.com.br/2012/06/o-azul-no-azul-do-jeans_01.html
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